SANKOFA
SANKOFA – SÍMBOLO DE RESGATE AO PASSADO
DO PROVÉRBIO: SE WO WERE FI NA WO
SANKOFA A YENKYI.
TRADUÇÃO: NÃO É TABU VOLTAR PARA TRÁS E
RECUPERAR O QUE VOCÊ PERDEU.
SÍMBOLO
Um
símbolo associado frequentemente ao Sankofa é o pássaro de passagem, as aves
migratórias.
Ele
está sempre olhando para trás.
É
uma maneira de dizer que apesar do pássaro voar para a frente olha
continuamente para trás. Para o seu passado.
Há
quem diga que ele representa a vida e a morte.
Sankofa
é um dos ideogramas utilizados pelo sistema de escrita Adinkra, que compunha as
várias formas de expressão escrita existentes na antiga África, utilizado pelos
povos Akan, da África Central.
Os
ideogramas são impressos no vestuário, em objetos e em adereços.
O
símbolo Sankofa dos Adinkras, um pássaro estilizado que se move para a frente,
mas sempre olha para trás, lembra-nos que é impossível entender o presente sem
entender e estar conscientes do passado.
Um
símbolo Adinkra dos povos Akans cujo significado é o retorno ao passado,
resgatando o que foi perdido e caminhando para a frente
O RETORNO ÀS RAÍZES.
Não
importa quão longe estejas, hás de retornar para casa.
É
o símbolo da importância de aprender com o passado.
O
Sankofa transmite mensagens como: Volte e pegue, ou retorne e aprenda com o
passado;
Não
é nenhum tabu retornar e pegar o que se esqueceu;
Sempre
se pode corrigir os erros;
Para
ir adiante é preciso retornar ao passado.
Assim
como nós reivindicamos este símbolo, ele já foi apropriado por outras entidades
do movimento negro e tem sido largamente reivindicado por outras tantas.
Trata-se,
na realidade, de metalinguagem, o símbolo significando a ele mesmo.
Além
do pássaro, há outro símbolo que representa o Sankofa, é o de um coração.
Esse
provérbio ensina a sabedoria do aprendizado com o conhecimento do passado e do
aperfeiçoamento que isso produz. Ou seja, a sabedoria de aprender com o
passado, para ajudar a melhora do futuro.
DUALIDADE
SIMBOLOGIA ADINKRA – AXANTES DE GANA
Entre
as manifestações culturais da nação Axante, destaca-se o estampado Adinkra.
Encontra-se
também no povo Gyaman, da Costa do Marfim.
Adinkras
são símbolos que representam provérbios e aforismos.
É
uma linguagem de ideogramas impressos, em padrões repetidos, sobre um tecido de
algodão.
Considerado
como um objeto de arte, o Adinkra (adeus, em twi) constitui um código do conhecimento
referente às crenças e a história deste povo.
A
escrita de símbolos Adinkra reflete um sistema de valores humanos universais:
Família,
integridade, tolerância, harmonia e determinação, entre outros.
Existem
centenas de símbolos e a maioria deles é de origem ancestral, sendo
transmitidos de geração em geração.
Muitos
representam virtudes, sagas populares, provérbios ou eventos históricos.
Os
ganeses geralmente escolhem suas roupas para usar segundo o significado das
cores e dos símbolos estampados nelas.
A
estampa e a cor expressam sentimentos de ocasiões específicas como festas de
funerais, festivais tradicionais, ritos de iniciação como o da puberdade,
casamentos, durbars etc.
A
alegria está relacionada a cores alegres e ao branco, enquanto, que para
funerais e luto predominam as cores como azul e vermelho escuro, marrom ou
preto.
Quando
as pessoas vestem vermelho escuro ou marrom, isso significa que perderam recentemente
um parente próximo.
A
cor preta ou azul escuro demonstra a dor prolongada pela perda de uma pessoa
amada como os pais, filhos ou companheiro.
Originalmente
esses símbolos eram usados para enfeitar o vestuário destinado às cerimônias
fúnebres.
Os
desenhos eram feitos recortando-se os símbolos em cacos de cabaça, para usá-los
como carimbos sobre os tecidos.
Posteriormente,
os tecidos Adinkra passaram a ser usados por líderes espirituais em cerimônias
e rituais.
Evitava-se
usá-los no dia a dia, também pelo fato de que a tinta desbotava ao lavar.
Atualmente,
os tecidos Adinkra são usados pelos ganenses em diversas ocasiões, tais como
casamentos, batismos e rituais de iniciação.
Além
de serem usados sobre tecidos, também se aplicam nas paredes, na cerâmica e nos
logotipos.
NOTA: Espero que tenham gostado destas curiosidades. Adoro descobrir coisas novas e interessantes. As culturas são fascinantes.
Obrigado pela visita!
Adelaide Abreu dos Santos
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