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segunda-feira, 4 de maio de 2020

ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS - DRAGÃO-MARINHO OU DRAGÃO DO MAR

DRAGÃO-MARINHO
PESQUISA: Adelaide Abreu-dos-santos

Introdução:
Após um de meus surtos criativos, querendo despertar o interesse dos alunos, para fazerem atividades de pesquisa, nas minhas aulas de português. Pus-me a pesquisar animais exóticos, as minhas turmas eram dos sextos anos. Baixei e copiei vários animais bem incomuns e imprimi-os a cores e plastifiquei cada figura, levei para sala e aleatoriamente distribui e tiveram que fazer uma redação sobre a figura que lhe coube. Depois cada um foi para a sala de informática, sob a minha orientação e pesquisou sobre o seu animal e comparou suas deduções com a sua pesquisa, foi uma experiência bem interessante, alguns deduziram de maneira aproximada à realidade outros nem chegaram perto. Foi uma experiência gratificante.
Tendo eu ido a Portugal ao Oceanário, encontrei um aquário com o Dragão-Marinho, pareceram-me algas, fotografei e acrescentarei algumas dessas fotos a este texto.
LIFE: DANCING DRAGO
AQUÁRIO DE LOS ANGELES
FOTO DE
Großer Fetzenfisch im Sea Life, München
Fetzenfisch.jpg
O dragão-marinho-comum (Phyllopteryx taeniolatus) é um peixe ósseo da classe dos actinopterígios. Pertence à família Syngnathidae, que inclui o cavalo-marinho e o peixe-cachimbo. O dragão-marinho-comum vive em águas superficiais junto a bancos de algas e a pradarias de erva marinha. Estes animais são muito sensíveis e estão muito sujeitos à poluição e à captura excessiva. Por esta razão são protegidos por lei.
O dragão-marinho-comum pode atingir até 45cm de comprimento e possui elaborados apêndices permanentes em forma de folha que utiliza para se camuflar entre as algas. Ele não tem escamas, mas é revestido por diversas placas ósseas, armadura bastante eficaz na proteção contra predadores.
O animal habita as águas do litoral sul da Austrália(mais especificamente todo o litoral dos estados da Tasmânia, Austrália Meridional e Victoria, o sudeste do litoral de Nova Gales do Sul e o sul e sudoeste do litoral da Austrália Ocidental).
O dragão-marinho-folhado(Phycodurus eques), também pronunciado como dragão-marinho-folheado, é da família Syngnathidae, que inclui também cavalos-marinhos e o peixe-cachimbo. É o único membro do gênero Phycodurus. É encontrado ao longo das costas sul e oeste da Austrália. O nome é derivado da aparência, com longas folhas como apêndices que recobrem todo o corpo. Estas saliências não são utilizadas para fornecer propulsão, apenas servem como camuflagem. O dragão-marinho-folhado impulsiona-se por meio de uma barbatana peitoral no cume de seu pescoço e uma nadadeira dorsal em suas costas mais perto do fim da cauda. A criatura se move serenamente através da água, completando a ilusão de algas flutuando.
NOTA: Sei que as minhas fotos não são profissionais, dá para ver que são as quatro últimas, diria que estão abaixo da crítica até para uma amadora, mas o importante é a informação e despertar nas pessoas a curiosidade, além evidentemente de me superarem nas fotografias... Espero que tenham gostado de conhecer esta figurinha sui generis!!!

segunda-feira, 27 de abril de 2020

NATASHA ROMANZOTI - 30 MELHORES FOTOS DE VIDA SELVAGEM DO ANO


ESSAS 30 MELHORES FOTOS DE VIDA SELVAGEM DO ANO NOS LEMBRAM PORQUE VALE A PENA LUTAR PELA NATUREZA
POR NATASHA ROMANZOTI, EM 16.10.2019

O “Wildlife Photographer of the Year” (em tradução literal, “Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano”) é uma das mais prestigiadas competições de seu tipo no mundo.

13 belas imagens premiadas da vida selvagem.
Iniciada em 1964, é organizada atualmente pelo Museu de História Natural de Londres e recebe imagens magníficas de artistas de todo o mundo em várias categorias – em 2019, foram 48.000 cliques vindos de mais de 100 países.
Os vencedores deste ano terão suas fotos exibidas em South Kensington, o principal campus da famosa universidade Imperial College London, a partir de sexta-feira. O concurso de 2020 já começa a receber novos cliques fantásticos a partir de segunda-feira.

1 - “THE MOMENT”


Fotografia: Yongqing Bao (China)
Vencedor da categoria “Comportamento: Mamíferos” e Grande Vencedor Geral.

Essa foto pode até parecer cômica, mas mostra a batalha letal entre uma marmota do Himalaia e uma raposa tibetana. O roedor havia praticamente acordado de uma hibernação de meses, e a fêmea tinha três filhotes famintos para alimentar. A persistência de Yongqing compensou: ele passou várias horas observando o prado no Platô Qinghai-Tibet até conseguir esse inacreditável clique do momento do ataque.

2 - “NIGHT GLOW”


Fotografia: Cruz Erdmann (Nova Zelândia)

Vencedor da categoria “11 a 14 anos” e Grande Vencedor Júnior

Erdmann fez um clique noturno incrível de uma lula no estreito de Lembeh, perto de North Sulawesi, na Indonésia. Ele foi vencedor na categoria de 11 a 14 anos, e também o Grande Vencedor Júnior da competição.


3 - “LAND OF THE EAGLE”

FOTOGRAFIA: AUDUN RIKARDSEN (NORUEGA)

VENCEDOR DA CATEGORIA “COMPORTAMENTO: AVES”

Audun precisou de três anos para fazer a imagem que queria: a de uma águia-dourada pousando em terra. Para isso, usou uma câmera com flash em um galho de árvore. O problema é que as aves se acostumaram com o brilho disparando. Como sempre, no entanto, a paciência valeu a pena.


4 - “THE HUDDLE”


FOTOGRAFIA: STEFAN CHRISTMANN (ALEMANHA)
VENCEDOR DO PRÊMIO “PORTFÓLIO DE FOTÓGRAFO DA VIDA SELVAGEM DO ANO”

Esse clique mostra mais de 5.000 pinguins-imperador em uma formação clássica utilizada para se protegerem do vento e do inverno na plataforma de gelo Ekström, na Antártida Oriental.


5 - “The rat pack”

FOTOGRAFIA: CHARLIE HAMILTON JAMES (REINO UNIDO)

VENCEDOR NA CATEGORIA “VIDA SELVAGEM URBANA

Charlie estava trabalhando para a revista National Geographic em uma missão para fotografar ratos no mundo todo. Estes foram clicados no distrito de Wall Street, em Nova York, nos EUA. Os roedores – cerca de 30 – viviam sob uma grade e se alimentavam das latas de lixo de um hotel próximo.

6 - “THE ARCHITECTURAL ARMY”

FOTOGRAFIA: DANIEL KRONAUER (EUA)

VENCEDOR NA CATEGORIA “COMPORTAMENTO: INVERTEBRADOS”


Se você não entendeu de imediato essa foto, o que você está vendo são formigas-correição da Costa Rica. Ao invés de construírem um ninho na terra ou numa árvore, elas usam seus próprios corpos. No interior desse “labirinto”, protegem sua rainha e seus filhotes. “Praticamente todos os dias elas desmontam essa estrutura; ela simplesmente derrete e as formigas carregam as larvas pela floresta tropical, montando um novo acampamento talvez a 150 metros. É lindo. Eu pensei que este ninho parecia uma coroa ou uma catedral”, Daniel contou à BBC.

7 - “SNOW EXPOSURE”

FOTOGRAFIA: MAX WAUGH (EUA)

VENCEDOR NA CATEGORIA “PRETO E BRANCO”

O clique mostra um bisonte no Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA. O animal está fazendo um buraco para chegar até as ervas e os juncos enterrados.


8 - “SNOW-PLATEAU NOMADS”

Fotografia: Shangzhen Fan (China)

Vencedor na categoria “Animais em seu Ambiente”

O que você vê nesta imagem, feita a um quilômetro de distância, é um pequeno rebanho de antílopes-tibetanos machos cruzando uma encosta coberta de neve no deserto de Kumukuli, na Reserva Natural Nacional de Altun Shan, na China. Esses antílopes vivem em altitudes de até 5.500 metros, com temperaturas de -40° C.

9 - “SACRED NO MORE”

FOTOGRAFIA: JASPER DOEST (HOLANDA)

VENCEDOR NA CATEGORIA “FOTOJORNALISMO DA VIDA SELVAGEM”

O macaco-japonês, também conhecido como macaco-da-neve, é uma espécie nativa do Japão que já foi considerada em perigo de extinção. O sucesso de parques criados para a proteção desses animais acabou resultando na superpopulação da espécie. Devido à sua proximidade com guardas florestais e turistas e à dependência de pessoas por comida, muitos perderam o medo natural de seres humanos e passaram até a invadir plantações. Como parte do gerenciamento da população, certas leis japonesas permitem que macacos selvagens sejam capturados e treinados para a indústria do entretenimento. O trabalho de Jasper explora justamente essa relação complexa entre um animal que já foi considerado sagrado e agora é visto como um incômodo, um animal de estimação, um membro da família ou até como uma fonte lucrativa de entretenimento.


10 - “BEE LINE”

FOTOGRAFIA: FRANK DESCHANDOL (FRANÇA)

MENÇÃO HONROSA NA CATEGORIA “COMPORTAMENTO: INVERTEBRADOS”

Frank fotografou abelhas solitárias, provavelmente machos, andando em pequenas fileiras e reunindo-se durante a noite em locais de descanso adequados, enquanto as fêmeas ocupavam ninhos que haviam construído nas proximidades.


11 - “CRADLE OF LIFE”

FOTOGRAFIA: STEFAN CHRISTMANN (ALEMANHA)

VENCEDOR DO PRÊMIO “PORTFÓLIO DE FOTÓGRAFO DA VIDA SELVAGEM DO ANO”

Mais uma imagem do alemão vencedor do prêmio por seu portfólio. Esta mostra o ovo de um pinguim-imperador rachando. O fotógrafo disse que poderia ver o esforço que a jovem ave fazia para se ver finalmente livre de sua casca. São os machos que incubam os filhotes nesta espécie.

12 - “PORTRAIT OF A MOTHER”

FOTOGRAFIA: INGO ARNDT (ALEMANHA)

MENÇÃO HONROSA NA CATEGORIA “RETRATO DE ANIMAIS”

A imagem mostra uma mamãe puma com seus filhotes. Eles vão permanecer brincalhões ao seu lado até os 2 ou 3 anos, quando passarão a viver uma vida solitária até formarem sua própria família.

13 - “Snow Landing”
Fotografia: Jérémie Villet (França)

VENCEDOR NA CATEGORIA “PORTFÓLIO DE ESTRELA EM ASCENSÃO”

Uma águia-americana pousa na neve na margem do rio Chilkat, no Alasca. Jérémie passou uma semana observando o comportamento desses pássaros até conseguir esse belo clique do animal com as asas estendidas e os olhos intensos fixados em sua presa – um salmão.


14 - “THE CHALLENGE”

FOTOGRAFIA: FRANÇOISE GERVAIS (CANADÁ)

MENÇÃO HONROSA NA CATEGORIA “ANIMAIS EM SEU AMBIENTE”

Essa fotografia foi tirada de um barco e mostra como até mesmo um dos predadores mais impressionantes do mundo como o urso polar pode parecer insignificante e vulnerável na imensidão e falta de hospitalidade de uma paisagem como esta.


15 - “Frozen Moment”

FOTOGRAFIA: JÉRÉMIE VILLET (FRANÇA)

VENCEDOR NA CATEGORIA “PORTFÓLIO DE ESTRELA EM ASCENSÃO”

Dois carneiros-de-dall machos entrelaçam seus chifres espirais durante um confronto contra um cenário alpino coberto de neve. Esses animais prosperam em regiões árticas e subárticas e dependem de penhascos e afloramentos íngremes para se proteger de predadores. No inverno, preferem áreas com ventos fortes que removem a neve e expõem forragem para se alimentarem.


16 - “SKY HOLE”

FOTOGRAFIA: SVEN ZAČEK (ESTÔNIA)

MENÇÃO HONROSA NA CATEGORIA “AMBIENTES DA TERRA”

O clique foi feito com um drone posicionado diretamente acima de um pequeno lago no Parque Nacional Karula, na Estônia. O contorno das árvores ao redor deste lago é um sinal da próspera população de castores. Eles constroem barragens naturais que aumentam os níveis de água e inundam o chão da floresta, apodrecendo as raízes próximas da costa.



17 - “THE EQUAL MATCH”

FOTOGRAFIA: INGO ARNDT (ALEMANHA)

VENCEDOR CONJUNTO NA CATEGORIA “COMPORTAMENTO: MAMÍFEROS”

A foto mostra uma batalha entre um guanaco e um puma fêmea na Patagônia. Felizmente, depois de quatro segundos de terror, o camelídeo escapou com vida.


18 - “THE GARDEN OF EELS”

Fotografia: David Doubilet (EUA)

Vencedor na categoria “Subaquática”

Mais uma foto em que você talvez não saiba o que está vendo. Eu te conto: é um jardim de enguias. Elas somem para dentro de suas tocas quando alguém se aproxima, de forma que David precisou se esconder e esperar pacientemente por três dias para fazer o clique perfeito remoto dessa cena subaquática. Apesar de não gostarem de sua presença, as enguias não pareceram se incomodar com um peixe-rei e um peixe-corneta nadando por perto.


19 - “THE ALBATROSS CAVE”

FOTOGRAFIA: THOMAS P PESCHAK (ALEMANHA/ÁFRICA DO SUL)

MENÇÃO HONROSA NA CATEGORIA “ANIMAIS EM SEU AMBIENTE”

Essa grande caverna em Te Tara Koi Koia fica na ilha Chatham da Nova Zelândia, o único lugar no mundo em que albatrozes-das-chatham se reproduzem. Thomas é um dos poucos privilegiados a ter testemunhado e capturado esse momento.



20 - “HUMMING SURPRISE”

Fotografia: Thomas Easterbrook (Reino Unido)

Vencedor na categoria “10 anos ou Menos”

Um som curioso atraiu o pequeno Thomas até esse beija-flor. Enquadrar o animal em movimento enquanto bebia néctar foi um desafio, mas o fotógrafo ficou satisfeito com a maneira como capturou a quietude do corpo da ave e o borrar de suas asas.


21 - “MIGRANT MEGAMOTHS”

FOTOGRAFIA: LORENZO SHOUBRIDGE (ITÁLIA)

MENÇÃO HONROSA NA CATEGORIA “COMPORTAMENTO: INVERTEBRADOS”

Lorenzo precisou seguir as traças (Agrius convolvuli) por várias noites até conseguir fazer essa imagem de dois indivíduos se alimentando.


22 - “PONDWORLD”

FOTOGRAFIA: MANUEL PLAICKNER (ITÁLIA)

VENCEDOR NA CATEGORIA “COMPORTAMENTO: ANFÍBIOS E RÉPTEIS”

Manuel costumava acompanhar a migração de sapos comuns toda primavera. Foi assim que fez essa imagem, mergulhando em um grande lago e esperando pelo momento perfeito para fazer o clique que tinha na cabeça: diversos sapos, cores harmoniosas, luz suave e natural e reflexões oníricas.


23 - “FACE OF DECEPTION”

FOTOGRAFIA: RIPAN BISWAS (ÍNDIA)

VENCEDOR NA CATEGORIA “RETRATO ANIMAL”

Ripan estava fotografando uma colônia de formigas-vermelhas quando reparou em um indivíduo um pouco estranho – uma intrusa aranha-caranguejo que imita formigas. Certamente, suas intenções não eram das melhores. Esses animais predam formigas.


24 - “ANOTHER BARRED MIGRANT”

Fotografia: Alejandro Prieto (México)

Vencedor na categoria “Fotojornalismo da Vida Selvagem”

Depois de dois anos de paciência, Alejandro fez o clique perfeito de uma onça-pintada sob o céu luminoso e repleto de estrelas do Arizona. O animal, curiosamente, está posicionado em uma seção da cerca da fronteira EUA-México, o que o fotógrafo diz que simboliza o passado da onça-pintada e sua possível presença futura nos Estados Unidos.


25 - “TAPESTRY OF LIFE”

Fotografia: Zorica Kovacevic (Sérvia/EUA)

Vencedor na categoria “Plantas e Fungos”

Os braços deste cipreste são enfeitados com algas laranjas e líquens cinzentos. Os organismos não fazem mal à árvore. A Reserva Natural Point Lobos State, na Califórnia (EUA), é o único lugar no mundo em que as condições naturais se combinam para evocar essa cena mágica. Zorica reuniu 22 imagens em uma para mostrar as características nítidas deste labirinto colorido.


26 - “CREATION”

Fotografia: Luis Vilariño (Espanha)

Vencedor na categoria “Ambientes da Terra”

Luis capturou a lava em brasa do vulcão Kīlauea fervendo em contato com o frio Oceano Pacífico, na costa havaiana, através da porta aberta de um helicóptero enquanto sobrevoava a região.


27 - “The Ethereal Drifter”

FOTOGRAFIA: ANGEL FITOR (ESPANHA)

VENCEDOR NA CATEGORIA “SUBAQUÁTICA”

Essa é uma rara visão de uma carambola-do-mar ou água-viva-de-pente com seus lóbulos parecidos com velas estendidos para procurar comida. A espécie é normalmente encontrada com suas “velas” frágeis dobradas ou danificadas.


28 - “THE HAIR-NET COCOON”

FOTOGRAFIA: MINGHUI YUAN (CHINA)

MENÇÃO HONROSA NA CATEGORIA “COMPORTAMENTO: INVERTEBRADOS”

Minghui capturou uma linda imagem dessa delicada pupa de mariposa do gênero Cyana pendurada em seu casulo que mais parece uma gaiola. A estrutura delicada se destacou contra o cenário do Jardim Botânico Tropical de Xishuangbanna.


29 - “EARLY RISER”

FOTOGRAFIA: RICCARDO MARCHEGIANI (ITÁLIA)

VENCEDOR NA CATEGORIA “15 A 17 ANOS”

Riccardo teve sorte ao conseguir esse clique maravilhoso de uma mamãe babuíno-gelada carregando seu filhote enquanto caminhava pela beira de um penhasco.

30 - “Couch Crew”

FOTOGRAFIA: CYRIL RUOSO (FRANÇA)

MENÇÃO HONROSA NA CATEGORIA “VIDA SELVAGEM URBANA”


Em um templo abandonado em Hua Hin, macacos relaxam em um sofá velho. Cyril enquadrou um grupo que se posicionou “como membros de uma banda posando para uma capa de álbum”, enquanto outros pulavam de um lado para o outro entre uma estátua, sua mochila e até o topo de sua cabeça.


Why Nature Is The Best Teacher? - ThinkRight.me


ESPERO QUE TENHA GOSTADO DESSA PUBLICAÇÃO, MEU OBJETIVO É VOCÊ

quinta-feira, 23 de junho de 2016

PESQUISA DE ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS - OS OLHOS DA MATA

OS OLHOS DA MATA
Câmeras fotográficas espalhadas pela Mata Atlântica registram animais ameaçados de extinção vivendo em seu hábitat natural.
POR Camila Almeida


Jaguatirica: predador de topo de cadeia cada vez mais raro. Sua pele é valorizada no comércio ilegal e suas presas naturais, como roedores, também são alvo de caçadores.

Discreto e silencioso, em meio a uma robusta faixa de Mata Atlântica, o fotógrafo Luciano Candisani prepara sua emboscada. Quer capturar uma onça. Deitado entre folhas caídas, monta sua armadilha fotográfica. Para ter a chance de registrar um animal como esse, que figura lista de ameaçados de extinção, ele precisa percorrer uma longa estrada de terra, de curvas tortuosas que vão cortando a floresta. O caminho desce pela Serra do Mar, no estado de São Paulo, e nem está tão distante da cosmopolita capital. São cerca de 200 km de viagem até as trilhas por onde Candisani se espreita nessa caçada a animais selvagens, numa região conhecida como Vale do Ribeira.
A região, apesar de gerar pouco dinheiro para os cofres públicos (contribui com apenas 0,3% do Produto Interno Bruto de São Paulo), guarda a maior área contínua de Mata Atlântica preservada do país. São mais de 2 milhões de hectares de floresta, que equivalem a 21% de todos os remanescentes desse bioma. A alta probabilidade de encontrar fauna nativa foi o que motivou o Grupo Votorantim, dono de uma reserva privada no vale, a contratar um fotógrafo para registrar a diversidade presente na mata.

Onça-parda: estima-se que existam menos de mil onças-pardas na Mata Atlântica. As principais ameaças são expansão urbana e agropecuária, atropelamentos, caça e queimadas


Capturar esses bichos em imagens não é para qualquer profissional. Além de um olhar artístico, é preciso estudar os hábitos deles. Por isso, Candisani conta com a ajuda de um biólogo da reserva, que passeia de quatro pela trilha, tal qual um felino, enquanto ele ajusta o equipamento. Para montar a armadilha fotográfica perfeita, eles imitam o comportamento do animal, para tentar acertar o caminho que ele percorre na floresta.
É tudo uma questão de faro. Sabe como eles escolhem o lugar ideal para instalar as câmeras? Vestígios. A caçada inclui um processo prévio de mapeamento de marcas como arranhões nos troncos das árvores, pegadas no solo, fezes e até cheiro de urina. "Por isso, é fundamental contar com uma equipe de pesquisadores, que estudam a mata e sabem onde estão os indícios e que animais estão vivendo aqui", esclarece Candisani. Este acompanhamento é feito por uma equipe da ONG Pró-Carnívoros, que tem várias câmeras espalhadas pela reserva para levantar, avaliar e monitorar as populações de onças que vivem ali. Com esse mapeamento, será possível desenvolver um plano estratégico de preservação das espécies, o que garantirá a manutenção de todo o ecossistema.

ARMADILHA ESTRATÉGICA

NATUREZA BRUTA

O trabalho do fotógrafo Luciano Candisani não tem pretensão tão científica. Tem vocação mais artística. "Quero mostrar nestas imagens a naturalidade do animal em seu próprio hábitat, sem a interferência da presença humana", conta o fotógrafo. A armadilha dele conta com duas câmeras profissionais, com até quatro flashes cada. Um verdadeiro estúdio na floresta. "É preciso ter um cuidado com a luz, entender como ela entra na mata nos diversos horários do dia para conseguir regular as câmeras", explica. Elas conseguem registrar imagens com altíssima definição de manhã ou à noite.
ANTA

&


Anta albina: é o maior mamífero terrestre brasileiro. A gestação é longa (dura até 14 meses) e só gera um filhote. Por isso, este espécime albino raríssimo.


Depois de montadas, as câmeras precisam ser camufladas, para que os animais não as percebam e fujam. Elas são protegidas por uma caixa coberta com folhas e galhos. Os cabos do equipamento são enterrados, evitando o ataque de roedores. Sensores infravermelhos são os responsáveis pelos disparos. Quando o feixe de luz que corta a trilha é interrompido, por animais ou folhagens, as câmeras fotografam. Se o flash também dispara, os bichos percebem, por isso há algumas fotos deles encarando a câmera.
Até o momento, o fotógrafo conseguiu imagens de vários mamíferos diferentes, a maioria ameaçada de extinção. Já garantiu até jaguatirica e onça-parda, mas nada da pintada que estava buscando. Se depender do potencial da região, em breve ela deve aparecer. De acordo com o Instituto Socioambiental, ainda existe uma boa diversidade no Vale do Ribeira, inclusive mais de 40 espécies endêmicas, aquelas que são encontradas apenas em sua região de origem.


Irara: da mesma família da hiena, a irara é um mamífero com facilidade para escalar árvores. Adora comer mel, mas é também carnívoro e costuma caçar roedores.


A estratégia de montar armadilhas fotográficas para encontrar esses animais é relativamente nova. O primeiro trabalho global para o registro de mamíferos foi desenvolvido em 2011 pela Conservação Internacional e resultou em 52 mil fotos nas Américas, na África e na Ásia. O estudo conseguiu demonstrar como a destruição da floresta e a consequente perda de habitat para a expansão urbana e agropecuária impacta negativamente na sobrevivência das espécies e na diversidade da fauna mundial.

MATA VIVA, BICHO VIVO


Cachorro-vinagre: na lista de animais ameaçados há mais de dez anos. Na imagem, aparecem dois, o que sinaliza o comportamento de bando. No Cerrado, ele pode desaparecer em 100 anos.


A reserva privada, com 31 mil hectares de área preservada, existe há mais de 50 anos. E a presença de alguns desses animais na mata atesta seu bom estado de conservação. Um deles é o cachorro-vinagre, que precisa de condições muito específicas para se adaptar a um ambiente e é muito sensível a doenças. Se até ele, que é tão exigente, encontrou condições para sobreviver na mata, é sinal de que outros animais raros talvez estejam vivendo por lá também.
Na expectativa de encontrar onças-pintadas dentro da reserva, a Pró-Carnívoros intensificou suas buscas. Entretanto, o panorama não é tão animador: funcionários comentam que não veem uma onça-pintada há muito tempo. Mas a bióloga Sandra Cavalcanti, coordenadora do projeto, insiste na presença do animal - e não à toa. Já encontraram um bicho chamado queixada, tipo de porco-do-mato muito apreciado pelo felino. E, se tem comida, deve ter onça.
O esforço para conseguir preservá-la é uma estratégia fundamental para a saúde da floresta inteira. "Para manter a pintada, animal de topo de cadeia, a gente precisa preservar a cadeia alimentar inteira." Seguem buscando esses reis da fauna que, uma vez vivos, garantem a vida da nossa mata.


Luciano Candisani Fotógrafo
Luciano Candisani estudava para ser biólogo quando se apaixonou pela fotografia. Combinou as duas profissões. É especialista em fotos da natureza e já registrou da Amazônia à Antártida.
                        FIM