domingo, 19 de março de 2017

PESQISADO POR ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS - UKRÂNIA - CONEÇA ESSE LINDO PAÍS... SOFREDOR

UKRÂNIA
SÍMBOLOS
A Ucrânia (em ucraniano: Україна, Ukrayina, pronunciado: [ukrɑˈjinɑ]; literalmente "fronteira" ou "confim") é um país da Europa Oriental que faz fronteira com a Federação Russa a leste e nordeste; Bielorrússia a noroeste; Polônia, Eslováquia e Hungria a oeste; Romênia e Moldávia a sudoeste; e Mar Negro e Mar de Azov ao sul e sudeste, respectivamente. O país possui um território que compreende uma área de 603.628 quilômetros quadrados, o que o torna o maior país totalmente no continente europeu. 

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Mapa da Ucrânia - localização na Europa

O território ucraniano começou a ser habitado há cerca de 44 mil anos e acredita-se que a região seja o lar da domesticação do cavalo e da família de línguas indo-europeias. Na Idade Média, a nação se tornou um pólo da cultura dos eslavos do leste, conhecido como o poderoso Estado Principado de Kiev. Após a sua fragmentação no século XIII, a Ucrânia foi invadida, governada e dividida por uma variedade de povos. Uma república cossaca surgiu e prosperou durante os séculos XVII e XVIII, mas a nação permaneceu dividida até sua consolidação em uma república soviética no século XX. Tornou-se um Estado-nação independente apenas em 1991.
A Ucrânia é considerada o "celeiro da Europa" devido à fertilidade de suas terras. Em 2011, o país era o terceiro maior exportador de grãos do mundo, com uma safra muito acima da média. A Ucrânia é uma das dez regiões mais atraentes para a compra de terras agrícolas no mundo. Além disso, tem um setor de manufatura bem desenvolvido, especialmente na área de  aeronáutica e de equipamentos industriais.
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OBLASTS
O país é um Estado unitário composto por 24 oblasts (províncias), uma república autônoma (Crimeia) e duas cidades com estatuto especial: Kiev, a capital e maior cidade, e Sevastopol, que abriga a Frota do Mar Negro da Rússia sob um contrato de leasing. A Ucrânia é uma república sob um sistema semi-presidencial com separação dos poderes legislativo, executivo e judiciário. Desde a dissolução da União Soviética, o país continua a manter o segundo maior exército da Europa, depois da Rússia. O país é o lar de 44,6 milhões de pessoas, 77,8% dos quais são ucranianos étnicos, com minorias de russos (17%), bielorrussos e romenos. O ucraniano é a língua oficial e o seu alfabeto é cirílico. O russo também é muito falado. A religião dominante é o cristianismo ortodoxo oriental, que influenciou fortemente a arquitetura, a literatura e a música do país.
História
Idade de ouro em Kiev (800 - 1100)
Mapa da Rus Kievana no século XI. Durante a idade de ouro de Kiev, as terras do principado alcançavam grande parte das atuais Ucrânia, Bielorrússia e Rússia europeia.
Durante os séculos X e XI, o território da Ucrânia tornou-se o centro de um Estado poderoso e prestigioso na Europa, a Rus Kievana, o que estabeleceu a base das identidades nacionais ucraniana e das demais nações eslavas orientais nos séculos subsequentes. A capital do principado era Kiev, conquistada aos czares por Askold e Dir por volta de 860. Conforme as Crônicas Nestorianas, a elite do principado era inicialmente formada por varegues provenientes da Escandinávia que foram mais tarde assimilados à população local de modo a formar a dinastia Rurik.
O Principado de Kiev era formado por diversos domínios governados por príncipes ruríkidas aparentados. Kiev, o mais influente de todos os domínios, era cobiçado pelos diversos membros da dinastia, o que levava a enfrentamentos frequentes e sangrentos. A era dourada do principado coincide com os reinados de Vladimir, o Grande (Volodymyr, 980-1015), que aproximou o seu Estado do cristianismo bizantino, e seu filho Jaroslau I, o Sábio (1019-1054), que viu o principado atingir o ápice cultural e militar. O processo de fragmentação que se seguiu foi interrompido, em alguma medida, pelos reinados de Vladimir Monomakh (1113-1125) e de seu filho, o príncipe Mstislav (1125-1132), mas o território terminou por desintegrar-se em entidades separadas após a morte do último. A invasão mongol do século XIII desferiu ao principado o golpe de misericórdia, do qual nunca se recuperaria.
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ESTÁTUA DE VLADIMIR, O GRANDE EM KIEV, UCRÂNIA

Vladimir I de Kiev, dito o Grande (c. 958 – 15 de Agosto de 1015), Vladimir Sviatoslavich, foi um nobre eslavo, grão-duque de Kiev. Ele é considerado um santo pela Igreja Ortodoxa e pela Igreja Católica por seu papel na cristianização do Principado de Kiev.

COMUNIDADE POLACO-LITUANA (1300 - 1600)

Na região correspondente ao atual território da Ucrânia, sucederam ao Principado de Kiev os principados de Aliche e de Volínia, posteriormente fundidos no Estado de Aliche-Volínia, liderado por Daniel Romanovitch. Em meados do século XIV, o Estado foi conquistado por Casimiro IV da Polônia, enquanto que o cerne do antigo Principado de Kiev - inclusive a cidade de Kiev - passou ao controle do Grão-Ducado da Lituânia. O casamento do grão-duque Jagelão da Lituânia com a rainha Edviges da Polônia pôs sob controle dos soberanos lituanos a maior parte do território ucraniano.



União de Lublin de 1569, por Jan Matejko, 1869, óleo sobre         tela, Museu Nacional, Varsóvia.



Por força da União de Lublin, de 1569, que criou a Comunidade Polaco-Lituana, uma porção considerável do território ucraniano passou do controle lituano para o polonês, transferido para a coroa da Polônia. Sob pressão de um processo de "polonização", a maior parte da elite rutena (isto é, eslava ou eslavizada, mesmo que de origem lituana) converteu-se ao catolicismo. O povo, porém, manteve-se fiel à Igreja Ortodoxa, o que levou ao surgimento de tensões sociais demonstradas, por exemplo, pela União de Brest, de 1596, pela qual Sigismundo III Vasa tentou criar uma Igreja Católica Grega Ucraniana vinculada à Igreja Católica Romana. Os plebeus ucranianos, vendo-se sem a proteção da nobreza rutena - cada vez mais convertida ao catolicismo romano - voltaram-se para os cossacos (fervorosamente ortodoxos) em busca de segurança.

COSSACOS (1600 - 1800)

Mapa da República das Duas Nações com as principais subdivisões maiores depois da Paz de Deulino em 1618.

  Reino da Polônia
  Ducado da Prússia
  Grão-Ducado da Lituânia
  Ducado da Curlândia e Semigália
  Ducado de Livônia
 Livônia sueca e neerlandesa
Em meados do século XVII, um quase-Estado Cossaco, o Zaporozhian Sich, foi criado pelos cossacos do Dniepre e pelos camponeses rutenos que fugiam da servidão polonesa. A Polônia não tinha o controle efetivo daquela área, hoje no centro da Ucrânia, que se tornou então um Estado autônomo militarizado, ocasionalmente aliado à comunidade. Entretanto, a servidão do campesinato pela nobreza polonesa, a ênfase da economia agrária da Comunidade na exploração da mão-de-obra servil e, talvez a razão mais importante, a supressão da fé ortodoxa terminaram por afastar os cossacos e a Polônia. Assim, os cossacos voltaram-se para a Igreja Ortodoxa Russa, o que levaria finalmente à queda da Comunidade Polaco-Lituana.
Álbum dos brasões de armas da Ucrânia - Biblioteca Digital Mundial
BRASÃO TIPICAMENTE COSSACO

A grande rebelião cossaca de 1648 contra a comunidade e contra o rei polonês João II Casimiro levou à partilha da Ucrânia entre a Polônia e a Rússia, após o tratado de Pereyaslav e a guerra entre Rússia e Polônia. Com as partilhas da Polônia no final do século XVIII entre a Prússia, a Áustria e a Rússia, o território correspondente à atual Ucrânia foi dividido entre o Império Austríaco e o Império Russo, aquele anexando a Ucrânia Ocidental (com o nome de província da Galícia), este incorporando o restante do território ucraniano.
Conquista da Sibéria por Yermak, por Vasily Surikov

Em que pese o fato de que as promessas de autonomia da Ucrânia conferidas pelo tratado de Pereyaslav nunca se materializaram, os ucranianos tiveram um papel importante no seio do Império Russo, participando das guerras contra as monarquias europeias orientais e o Império Otomano e ascendendo por vezes aos mais altos postos da administração imperial e eclesiástica russa. Posteriormente, o regime tzarista passou a executar uma dura política de "russificação", proibindo o uso da língua ucraniana nas publicações e em público.

ERA SOVIÉTICA

O colapso do Império Russo e do Império Áustro-Húngaro após a Primeira Guerra Mundial, bem como a Revolução Russa de 1917, permitiram o ressurgimento do movimento nacional ucraniano em prol da autodeterminação. Entre 1917 e 1920, diversos estados ucranianos se declararam independentes: o Rada Central, o Hetmanato, o Diretório, a República Popular Ucraniana e a República Popular Ucraniana Ocidental. Contudo, a derrota daquela última na Guerra Polaco-Ucraniana e o fracasso polonês na Ofensiva de Kiev (1920) da Guerra Polaco-Soviética fizeram com que a Paz de Riga, celebrada entre a Polônia e os bolcheviques em março de 1921, voltasse a dividir a Ucrânia. A porção ocidental foi incorporada à nova Segunda República Polonesa e a parte maior, no centro e no leste, transformou-se na República Socialista Soviética Ucraniana em março de 1919, posteriormente unida à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, quando esta foi criada, em dezembro de 1922.
O ideal nacional ucraniano sobreviveu durante os primeiros anos sob os soviéticos. A cultura e a língua ucranianas conheceram um florescimento quando da adoção da política soviética de nacionalidades. Seus ganhos foram postos a perder com as mudanças políticas dos anos 1930.
A industrialização soviética teve início da Ucrânia a partir do final dos anos 1920, o que levou a produção industrial do país a quadruplicar nos anos 1930. O processo impôs um custo elevado ao campesinato, demograficamente a espinha dorsal da nação ucraniana. Para atender a necessidade de maiores suprimentos de alimentos e para financiar a industrialização, Josef Stálin estabeleceu um programa de coletivização da agricultura pelo qual o Estado combinava as terras e rebanhos dos camponeses em fazendas coletivas. O processo era garantido pela atuação dos militares e da polícia secreta: os que resistiam eram presos e deportados. Os camponeses viam-se obrigados a lidar com os efeitos devastadores da coletivização sobre a produtividade agrícola e as exigências de quotas de produção ampliadas. Tendo em vista que os integrantes das fazendas coletivas não estavam autorizados a receber grãos até completaram as suas impossíveis quotas de produção, a fome tornou-se generalizada. Este processo histórico, conhecido como Holodomor (ou Genocídio Ucraniano), levou milhões de pessoas a morrerem de fome.

Vítima do Holodomor numa rua da cidade ucraniana de Kharkiv, em 1932

Na mesma época, os soviéticos acusaram a elite política e cultural ucraniana de "desvios nacionalistas", quando as políticas de nacionalidades foram revertidas no início dos anos 1930. Duas ondas de expurgos (1929-1934 e 1936-1938) resultaram na eliminação de quatro-quintos da elite cultural da Ucrânia.


SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Durante a Segunda Guerra Mundial, alguns membros do subterrâneo nacionalista ucraniano lutaram contra nazistas e soviéticos, indistintamente, enquanto que outros colaboravam com ambos os lados. Em 1941, os invasores alemães e seus aliados do Eixo avançaram contra o Exército Vermelho. No cerco de Kiev, a cidade foi designada pelos soviéticos como "Cidade Heróica" pela feroz resistência do Exército Vermelho e da população local. Mais de 660.000 soldados soviéticos foram capturados ali.
De início, os alemães foram recebidos como libertadores por muitos ucranianos na Ucrânia Ocidental. Entretanto, o controle alemão sobre os territórios ocupados não se preocupou em explorar o descontentamento ucraniano com as políticas soviéticas; ao revés, manteve as fazendas coletivas, executaram uma política de genocídio contra judeus e de deportação para trabalhar na Alemanha. Dessa forma, a maioria da população nos territórios ocupados passou a opor-se aos nazistas.
As perdas totais civis durante a guerra e a ocupação alemã na Ucrânia são estimadas entre cinco e oito milhões de pessoas, inclusive mais de meio milhão de judeus. Dos onze milhões de soldados soviéticos mortos em batalha, cerca de 1/4 (um quarto) eram ucranianos étnicos.
Com o término da Segunda Guerra Mundial, as fronteiras da Ucrânia soviética foram ampliadas na direção oeste, unindo a maior parte dos ucranianos sob uma única entidade política. A maioria da população não-ucraniana dos territórios anexados foi deportada. Após a guerra, a Ucrânia tornou-se membro das Nações Unidas.
ACIDENTE NUCLEAR DE CHERNOBIL                           Nova hipótese reescreve 1º minuto do inferno nuclear de Chernobyl ...
O desastre de Chernobil (em ucraniano: Чорнобильська катастрофа, Chornobylska Katastrofa – Catástrofe de Chernobil; também conhecido como acidente de Chernobil) foi um acidente nuclear catastrófico que ocorreu em 26 de abril de 1986 na central eléctrica da Usina Nuclear de Chernobil (então na República Socialista Soviética Ucraniana), que estava sob a jurisdição direta das autoridades centrais da União Soviética. Uma explosão e um incêndio lançaram grandes quantidades de partículas radioativas na atmosfera, que se espalhou por boa parte da União Soviética e da Europa ocidental.

       Pin em Catastrofes & Acontecimentos (34 dias em que o mundo parou)
      O desastre é o pior acidente nuclear da história em termos de custo e de mortes resultantes, além de ser um dos dois únicos classificados como um evento de nível 7 (classificação máxima) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (sendo o outro o Acidente nuclear de Fukushima I, no Japão, em 2011). A batalha para conter a contaminação radioativa e evitar uma catástrofe maior envolveu mais de 500 mil trabalhadores e um custo estimado de 18 bilhões de rublos. Durante o acidente em si, 31 pessoas morreram e longos efeitos a longo prazo, como câncer e deformidades ainda estão sendo contabilizados.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortes causadas pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer de tireoide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente. O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.
O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Segue um trecho do pronunciamento do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:
Boa tarde, meus camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na usina nuclear de Chernobil. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós confrontamos a força real da energia nuclear, fora de controle.
       A INSTALAÇÃO
Sarcófago da Usina Nuclear de Chernobil

A Usina nuclear de Chernobil está situada no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 km a noroeste da cidade de Chernobil, 16 quilômetros da fronteira com a Bielorrússia, e cerca de 110 km a norte de Kiev.
A usina era composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir um gigawatt de energia elétrica (3,2 gigawatts de energia térmica). Em conjunto, os quatro reatores produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia na época do acidente.
A construção da instalação começou na década de 1970, com o reator nº 1 comissionado em 1977, seguido pelo nº 2 (1978), nº 3 (1981), e nº 4 (1983). Dois reatores adicionais (nº 5 e nº 6, também capazes de produzir um gigawatt cada) estavam em construção na época do acidente. As quatro unidades geradoras usavam um tipo de reator chamado RBMK-1000.
O ACIDENTE
Sábado, 26 de abril de 1986, à 1:23:58 a.m. hora local, o quarto reator da usina de Chernobil - conhecido como Chernobil-4 - sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e um derretimento nuclear.
              
51° 23′ N 30° 06′ E
Localização da Usina Nuclear de Chernobil,                 Imagem de satélite da área atingida pelo                                                                 
                                                                   acidente na Ucrânia.

CAUSAS
Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do acidente. A primeira foi publicada em agosto de 1986, e atribuiu a culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em 1991 e atribuiu o acidente a defeitos no projeto do reator RBMK, especificamente nas hastes de controle. Ambas as teorias foram fortemente apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobil, e o governo. Alguns especialistas independentes agora acreditam que nenhuma teoria estava completamente certa. Na realidade o que aconteceu foi uma conjunção das duas, sendo que a possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado pelo erro humano.
Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, engenheiro chefe responsável pela realização de testes nos reatores 3 e 4, mesmo sabendo que o reator era perigoso em algumas condições e contra os parâmetros de segurança dispostos no manual de operação, levou a efeito intencionalmente a realização de um teste de redução de potência que resultou no desastre. A gerência da instalação era composta em grande parte de pessoal não qualificado em RBMK: o diretor, V.P. Bryukhanov, tinha experiência e treinamento em usina termoelétrica a carvão. Seu engenheiro chefe, Nikolai Fomin, também veio de uma usina convencional. O próprio Dyatlov somente tinha "alguma experiência com pequenos reatores nucleares".

EM PARTICULAR:

O reator tinha um fração de vazio positivo perigosamente alto. Dito de forma simples, isto significa que se bolhas de vapor se formam na água de resfriamento, a reação nuclear se acelera, levando à sobre velocidade se não houver intervenção. Pior, com carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros fatores, os quais tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores não tinham conhecimento deste perigo e isto não era intuitivo para um operador não treinado.
Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de controle. Num reator nuclear, hastes de controle são inseridas no reator para diminuir a reação. Entretanto, no projeto do reator RBMK, as pontas das hastes de controle eram feitas de grafite e os extensores (as áreas finais das hastes de controle acima das pontas, medindo um metro de comprimento) eram ocas e cheias de água, enquanto o resto da haste - a parte realmente funcional que absorve os nêutrons e portanto pára a reação - era feita de carbono-boro. Com este projeto, quando as hastes eram inseridas no reator, as pontas de grafite deslocavam uma quantidade do resfriador (água). Isto aumenta a taxa de fissão nuclear, uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons mais potente. Então nos primeiros segundos após a ativação das hastes de controle, a potência do reator aumenta, em vez de diminuir, como desejado. Este comportamento do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado seria que a potência começasse a baixar imediatamente), e, principalmente, não era de conhecimento dos operadores.
Os operadores violaram procedimentos, possivelmente porque eles ignoravam os defeitos de projeto do reator. Também muitos procedimentos irregulares contribuíram para causar o acidente. Um deles foi a comunicação ineficiente entre os escritórios de segurança (na capital, Kiev) e os operadores encarregados do experimento conduzido naquela noite.
É importante notar que os operadores desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator, o que era proibido pelos guias técnicos publicados, a menos que houvesse mau funcionamento.
De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto de 1986, os operadores removeram pelo menos 204 hastes de controle do núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O mesmo guia (citado acima) proibia a operação do RBMK-1000 com menos de 15 hastes dentro da zona do núcleo.
                 
INDEPENDÊNCIA
 
Presidente ucraniano Leonid Kravtchuk e Boris Iéltsin assinando                         o Pacto de Belaveja, que tornava a Ucrânia independente.  

O colapso da União Soviética em 1991 permitiu a convocação de um referendo que resultou na proclamação da independência da Ucrânia. Após isso, o país experimentou uma profunda desaceleração econômica, maior do que a de algumas das outras ex-repúblicas soviéticas. Durante a recessão, a Ucrânia perdeu 60% do seu PIB entre 1991 e 1999, além de ter sofrido com taxas de inflação de cinco dígitos. Insatisfeitos com as condições econômicas, bem como as taxas de crime e corrupção, os ucranianos protestaram e organizaram greves.
A economia ucraniana estabilizou-se até o final da década de 1990. A nova moeda, o hryvnia, foi introduzida em 1996. Desde 2000, o país teve um crescimento econômico real constante, com média de expensão do PIB de cerca de 7% ao ano.
A nova constituição ucraniana, que foi adotada durante o governo do presidente Leonid Kuchma em 1996, acabou por tornar a Ucrânia uma república semipresidencial e estabeleceu um sistema político estável. Kuchma foi, no entanto, criticado por adversários por corrupção, fraude eleitoral, desestimulação da liberdade de expressão e muita concentração de poder em seu cargo. Ele também transferiu, por várias vezes, propriedades públicas para as mãos de oligarcas fiéis a ele.

REVOLUÇÃO LARANJA
Manifestantes na Praça da Independência (Maidan Nezalejnosti), no primeiro dia da Revolução Laranja
Em 2004, Viktor Yanukovych, então primeiro-ministro, foi declarado vencedor das eleições presidenciais, que tinham sido largamente manipuladas, como o Supremo Tribunal da Ucrânia constatou mais tarde. Os resultados causaram um clamor público em apoio ao candidato da oposição, Viktor Yushchenko, que desafiou o resultado oficial do pleito. Isto resultou na pacífica Revolução Laranja, a qual foi reprimida violentamente, mas que trouxe Viktor Yushchenko e Yulia Tymoshenko ao poder, enquanto lançou Viktor Yanukovych à oposição.
Yanukovych retornou a uma posição de poder em 2006, quando se tornou primeiro-ministro da Aliança de Unidade Nacional, até que eleições antecipadas em setembro de 2007 tornaram Tymoshenko primeiro-ministro novamente.
Disputas com a Rússia sobre dívidas de gás natural interromperam brevemente todos os fornecimentos de gás à Ucrânia em 2006 e novamente em 2009, levando à escassez do produto em vários outros países europeus. Viktor Yanukovych foi novamente eleito presidente em 2010, com 48% dos votos.

EUROMAIDAN
Manifestantes do Euromaidan em Kiev em 18 de fevereiro de 2014

O protestos do Euromaidan começaram em novembro de 2013, quando os cidadãos ucranianos exigiram uma maior integração do país com a União Europeia (UE). As manifestações foram provocadas pela recusa do governo ucraniano em assinar um acordo de associação com a UE, que Yanukovych descreveu como sendo desvantajoso para a Ucrânia. Com o tempo, o movimento Euromaidan promoveu uma onda de grandes manifestações e agitação civil por todo o país, o contexto que evoluiu para incluir clamores pela renúncia do presidente Yanukovich e de seu governo.
A violência intensificou-se depois de 16 de janeiro de 2014, quando o governo aceitou as leis Bondarenko-Oliynyk, também conhecidas como leis antiprotestos. Os manifestantes antigoverno então ocuparam edifícios do centro de Kiev, incluindo o prédio do Ministério da Justiça, e tumultos deixaram 98 mortos e milhares de feridos entre os dias 18 e 20 fevereiro. Em 22 de fevereiro de 2014, o Parlamento da Ucrânia destituiu Yanukovych por considerar o presidente incapaz de cumprir seus deveres e definiu uma eleição para 25 de maio para selecionar o seu substituto.
Os resultados da eleição de 25 de maio de 2014 foram considerados pelo The New York Times como "uma vitória decisiva na eleição presidencial ucraniana" para Petro Poroshenko. Esse venceu com uma plataforma pró-União Europeia, ganhando com mais de 50% dos votos e, portanto, sem a necessidade de um segundo turno com Iúlia Timochenko, que durante a eleição só foi capaz de reunir menos de um terço de seu número de votos. Poroshenko anunciou que suas prioridades imediatas seriam tomar medidas no conflito civil no leste da Ucrânia e reatar os laços diplomáticos com a Rússia.

GUERRA CIVIL NO LESTE
Protesto pró-Rússia na cidade de Donetsk em 9 de março de 2014
Após o colapso do governo de Yanukovych e a revolução resultante, em fevereiro de 2014 uma crise de secessão começou na península da Crimeia, território ucraniano que tem um número significativo de russófonos. Em 1 de março de 2014 o presidente ucraniano exilado, Viktor Yanukovich, pediu que a Rússia usasse forças militares "para estabelecer a legitimidade, a paz, a lei e a ordem para defender o povo da Ucrânia." No mesmo dia, Putin pediu e recebeu autorização da parlamento russo para implantar tropas militares na Ucrânia e acabou por assumir o controle da Crimeia no dia seguinte. Além disso, a OTAN foi considerada pela maioria dos russos como uma invasora de suas fronteiras nacionais. Isso pesou muito na decisão de Moscou de tomar medidas para proteger seu porto localizado no Mar Negro, na Crimeia.
Soldados ucranianos na região leste do país.

Em 6 de março de 2014 o parlamento da Crimeia aprovou a decisão de "entrar para a Federação Russa, com os direitos de uma entidade da Federação Russa" e mais tarde realizou um referendo popular perguntando à população local se queriam juntar-se ao território russo como uma unidade federal ou se queriam restaurar a constituição de 1992 da Crimeia e seu status como parte da Ucrânia. Embora tenha sido aprovada por uma esmagadora maioria, a votação não foi monitorada por terceiros e os resultados são contestados por vários países. Crimeia e Sevastopol declararam formalmente a sua independência política sob o nome de República da Crimea e pediram que eles fossem admitidos como membros constituintes da Federação Russa. Em 18 de março de 2014, a Rússia e a Crimeia assinaram um tratado de adesão da República da Crimeia e de Sevastopol à Federação Russa, apesar da Assembleia Geral das Nações Unidas ter votado a favor de uma declaração não vinculativa para se opor a anexação russa da península.
Uma agitação popular também começou nas regiões leste e sul do país. Em várias cidades dessas regiões, como Donetsk e Lugansk, homens armados que se declararam como uma milícia local, ocuparam prédios do governo e delegacias policiais. Conversas em Genebra, na Suíça, entre União Europeia, Rússia, Ucrânia e Estados Unidos produziram uma declaração diplomática conjunta referida como Pacto de Genebra de 2014, em que as partes solicitaram que todas as milícias ilegais depusessem suas armas e desocupassem os prédios públicos tomados, além de estabelecer um diálogo político que poderia levar a uma maior autonomia para as regiões ucranianas.

Geografia 
Bay of Laspi
A Baía de Laspi no litoral do Mar Negro, na Crimeia
Ai-Petri
O Ai-Petri tem 1234,2 metros de altura.

Com uma área de 603 700 km², a Ucrânia é o 44.° país do mundo em território, um pouco maior que o estado brasileiro de Minas Gerais ou que a soma das áreas da Espanha e de Portugal. É o segundo maior país da Europa, atrás da Rússia Europeia e à frente da França metropolitana.
A paisagem ucraniana é formada principalmente por planícies férteis ou estepes, e planaltos, atravessados por rios como o Dniepre, Donets, Dniester e o rio Bug Meridional, que correm na direção sul e escoam no mar Negro e no pequeno mar de Azov. A sudoeste, o delta do Danúbio serve de fronteira com a Romênia. Só se encontram montanhas a oeste, a cordilheira dos Cárpatos, cujo ponto culminante é o Hora Hoverla (2061 m), e no sudeste da península da Crimeia, as cordilheiras.
Recursos naturais significativos na Ucrânia incluem minério de ferro, carvão, manganês, gás natural, petróleo, sal, enxofre, grafite, titânio, magnésio, caulim, níquel, mercúrio, madeira e uma grande abundância de terras aráveis. Apesar disso, o país enfrenta uma série de importantes questões ambientais, tais como suprimentos inadequados de água potável, poluição do ar e da água e desmatamento, bem como a contaminação por radiação no nordeste do país, por conta do acidente nuclear de Chernobil, em 1986. A reciclagem de lixo doméstico tóxico ainda está em processos iniciais na Ucrânia.

CLIMA

O clima da Ucrânia é, em sua maior parte, temperado continental, embora se possa encontrar um clima mediterrâneo na costa meridional da Crimeia. A precipitação é maior no oeste e no norte e menor no leste e no sudeste. Os invernos são particularmente frios no interior; nos verões são particularmente quentes no sul.

DEMOGRAFIA
População da Ucrânia (em milhões) de 1950 a 2009

Conforme o censo ucraniano de 2001, os ucranianos étnicos somam 77,8% da população. As minorias incluem grupos étnicos significativos de russos (17,3%), romenos (0,8%), bielorrussos (0,6%), tártaros da Crimeia (0,5%), búlgaros (0,4%), húngaros (0,3%), poloneses (0,3%), judeus (0,2%), armênios (0,2%), gregos (0,2%) e tártaros (0,2%).
O russo é amplamente falado, em especial no leste e no sul do país. Segundo o censo, 67,5% da população declararam falar o ucraniano como língua materna, contra 29,6% que falam o russo como primeira língua. Algumas pessoas usam uma mistura dos dois idiomas, enquanto que outras, embora declarem ter o ucraniano como língua materna, usam o russo correntemente. O ucraniano literário é mais usado na Ucrânia ocidental e central, enquanto que o russo predomina nas cidades da Ucrânia oriental e meridional. O governo promove uma política de "ucranização", com o emprego do ucraniano em escolas, repartições públicas e parte da mídia, normalmente às expensas do russo; no cotidiano, porém, as pessoas são livres para falar qualquer idioma. Na prática, a maioria da população é bilíngue ou trilíngue, como no caso dos Tártaros da Crimeia, que vivem na região meridional da Ucrânia, empregando o tártaro, o ucraniano e também podendo empregar o russo. A significativa minoria romena e moldávia localiza-se principalmente no Oblast de Chernivtsi.
Devido aos baixos salários e ao desemprego, houve considerável grau de emigração a partir do final dos anos 1990. Embora as estimativas variem, cerca de dois a três milhões de ucranianos residem e trabalham no exterior, em sua maior parte ilegalmente. Segundo estimativas da Embaixada da Ucrânia em Brasília, há cerca de 500 000 ucranianos e seus descendentes no Brasil, concentrados principalmente no estado do Paraná (90%), provenientes de duas levas de emigração, a primeira no final do século XIX, para trabalhar na agricultura, e a segunda no início do século XX, como mão-de-obra na construção ferroviária. Em Portugal, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras divulgou em 2001 que há 40 000 ucranianos no país. Mas esse número pode ser superior, já que existem imigrantes ilegais. A imigração ucraniana tem sido importante para aumentar a população jovem de Portugal e preencher postos de trabalho que a maioria dos portugueses prefere não ocupar. A maioria dos ucranianos - muitos com educação superior - trabalha em obras públicas e em serviços de limpeza. Portugal já reconhece diplomas ucranianos.

URBANIZAÇÃO


As regiões industriais a leste e sudeste são as mais densamente habitadas. Cerca de 67,2% da população vive em área urbana. As principais cidades do país (por população) são Kiev, Carcóvia, Dnipropetrovsk, Odessa, Donetsk, Zaporíjia e Lviv.

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ODESSA

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