quinta-feira, 27 de outubro de 2022

PESQUISA DE ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS - O QUE É MAYA?

O QUE É MAYA?

CONTO INDIANO
ANÓNIMO
PESQUISA ADELAIDE ABREU-DOS-SANTOS

       Certa vez, Narada (um grande sábio) disse a Krishna:
       - Senhor mostre-me Maya(ilusão cósmica)
      Alguns dias se passaram e Krishna convidou Narada para um passeio no deserto e, depois de andarem algumas milhas, Krishna disse:
      - Narada estou com sede, você pode trazer-me um pouco de água?
       - Partirei imediatamente, senhor, para buscar sua água.
       Assim Narada partiu.
      Não muito longe havia uma aldeia; entrou nela à procura de água e bateu numa porta, que foi aberta por uma linda mocinha. Ao vê-la, ele se esqueceu, imediatamente, que seu Mestre esperava pela água, talvez morrendo de sede.
     Esqueceu tudo e começou a conversar com a moça. Decorrido o dia toso, ele não voltou ao seu Mestre. No dia seguinte, lá estava ele de novo a conversar com a mocinha. A conversa transformou-se em amor; ele pediu a garota em casamento e eles se casaram e tiveram filhos. Passaram-se assim doze anos.
        Seu sogro faleceu e ele herdou sua propriedade. Vivia, como pensava, uma vida muito feliz com sua esposa e filhos, com seus campos e o gado e assim por diante. Então houve uma enchente. Certa noite, o rio encheu até transbordar e inundar toda a aldeia. As casas caíram, homens e animais foram arrastados e afogados e tudo flutuava na violência da torrente. Narada teve de fugir. Com uma das mãos segurava sua mulher e com a outra dois de seus filhos; o outro estava em seus ombros e ele tentava atravessar aquela tremenda inundação. Após dar alguns passos, viu que a corrente estava forte demais e a criança que estava em seus ombros caiu e foi carregada pelas águas. Narada soltou um grito de desespero. Ao tentar salvar a criança, largou uma das outras, que também se perdeu. Finalmente, sua mulher, que ele agarrara com toda sua força, foi arrebatada pela torrente e ele foi arremessado às margens, chorando e soluçando com amargas lamentações.
         Atrás dele surgiu uma voz delicada:
      - Meu filho onde está a água? Você foi procurar um bocado de água e estou esperando por você. Já faz meia-hora que você partiu.
       - Meia hora! - exclamou Narada. Doze anos tinham s.e passado em sua mente e todas essas cenas aconteceram em meia hora! É isto que é Maya
    
maya bay