O FLAUTISTA DE HAMELIN
REESCRITO PELOS IRMÃO GRIMMM
CONTO FOLCLÓRICO ALEMÃO
HAMELIN
Hamelin (em alemão: Hameln) é uma cidade da Alemanha no estado de Baixa Saxônia (Niedersachsen), capital do distrito de Hamelin-Pyrmont. Hamelin é cortada pelo rio Weser e localiza-se na região de colinas (Weserbergland) muito procurada por turistas andarilhos e ciclistas.
No
local onde se encontra a cidade havia um mosteiro,
fundado em 851D.C,
ainda durante a alta Idade Média. Uma pequena vila cresceu em suas
imediações e tornou-se uma cidade no século XII.
A sua época de maior crescimento aconteceu no século XVII,
quando em 1664
a cidade foi fortificada, sendo a fronteira
do Ducado
de Brunswick-Calenberg; em 1864 passou a fazer parte da Prússia.
No
final da II Guerra Mundial, a cidade esteve nas
manchetes de todo o mundo quando cerca de 200 nazistas,
então internados na prisão de Hamelin, foram executados pelas forças
britânicas, acusados de crimes de guerra. Entre eles estava Josef Kramer,
o comandante do campo de concentração de Bergen-Belsen,
bem como Irma Grese,
parte integrante da guarda feminina das SS - as “Bestas de
Belsen”.
A
popularidade mundial da cidade veio através do famoso conto dos Irmãos Grimm,
O Flautista de Hamelin, que narra a fábula
medieval
sobre a praga
de ratos
que infestou a cidade em 1284 e do flautista que a livrou dos ratos e hipnotizou e enfeitiçou
suas crianças. O incidente narrado no conto se supõe ter acontecido neste ano
do final do século XIII, e é baseado num fato real,
provavelmente um pouco diferente do imortalizado na famosa história.
Apesar
de Hamelin possuir uma bela arquitetura medieval com lindas construções
desta época,
o turismo
existe mesmo em grande parte por causa da fama do popular conto, que todo domingo
de verão
é representado na cidade por atores locais nos lugares autênticos onde ele se
passa, acompanhados por uma multidão de visitantes de todo o mundo.
CONTO O FLAUTISTA DE
HAMELIN
Há muito
tempo, na cidade de Hamelin, aconteceu algo muito estranho: uma manhã, quando
seus gordos e satisfeitos habitantes saíram de suas casas, encontraram as ruas
invadidas por milhares de ratos que iam devorando, insaciáveis, os grãos dos
celeiros e a comida de suas despensas.
Ninguém
conseguia imaginar a causa da invasão e, o que era pior, ninguém sabia o que
fazer para acabar com a praga.
Por mais
que tentassem exterminá-los, ou ao menos afugentá-los, parecia ao contrário que
mais e mais ratos apareciam na cidade. Tal era a quantidade de ratos que, dia
após dia, começaram a esvaziar as ruas e as casas, e até mesmo os gatos fugiram
assustados.
Diante da
gravidade da situação, os homens importantes da cidade, vendo suas riquezas
sumirem pela voracidade dos ratos, convocaram o conselho e disseram:
Pouco
depois se apresentou a eles um flautista alto e desengonçado, a quem ninguém
havia visto antes, e lhes disse:
– A
recompensa será minha. Esta noite não haverá um só rato em Hamelin.
Dito
isso, começou a andar pelas ruas e, enquanto passeava, tocava com sua flauta
uma melodia maravilhosa, que encantava aos ratos, que iam saindo de seus
esconderijos e seguiam hipnotizados os passos do flautista que tocava
incessantemente. Os
hamelineses, ao se verem livres dos ratos, respiraram aliviados. E, tranqüilos
e satisfeitos, voltaram aos seus prósperos negócios e tão contente estavam que
organizaram uma grande festa para celebrar o final feliz, comendo excelentes
manjares e dançando até altas horas da noite.
Na manhã
seguinte, o flautista se apresentou ante o Conselho e reclamou aos importantes
da cidade as cem moedas de ouro prometidas como recompensa. Porém esses,
liberados de seu problema e cegos por sua avareza, reclamaram:
– Saia de
nossa cidade! Ou acaso acreditas que te pagaremos tanto ouro por tão pouca
coisa como tocar a flauta?
E, dito
isso, os honrados homens do Conselho de Hamelin deram-lhe as costas dando
grandes gargalhadas.
Furioso
pela avareza e ingratidão dos hamelineses, o flautista, da mesma forma que
fizera no dia anterior, tocou uma doce melodia uma e outra vez,
insistentemente.
Porém desta vez não eram os ratos que o seguiam, e sim as crianças da cidade
que, arrebatadas por aquele som maravilhoso, iam atrás dos passos do estranho
músico. De mãos dadas e sorridentes, formavam uma grande fileira, surda aos
pedidos e gritos de seus pais que, em vão tentavam impedir que seguissem o
flautista.
Porém
desta vez não eram os ratos que o seguiam, e sim as crianças da cidade que,
arrebatadas por aquele som maravilhoso, iam atrás dos passos do estranho
músico. De mãos dadas e sorridentes, formavam uma grande fileira, surda aos
pedidos e gritos de seus pais que, em vão tentavam impedir que seguissem o
flautista.
Nada
conseguiram e o flautista as levou longe, muito longe, tão longe que ninguém
poderia supor onde as crianças foram parar.
Todos
ficaram muito desesperados e procuraram durante dias suas crianças, mas não
encontraram nenhuma sequer. Então o flautista voltou à cidade e foi se encontrar
com o Conselho que foram logo lhe pedindo:
– Por
favor, flautista! Traga nossas crianças de volta! Prometemos pagar tudo o que
devemos à você!
O
flautista concordou com uma condição: nunca mais nenhum habitante de Hamelin
iria descumprir uma promessa.
Todos
concordaram e assim o flautista começou a tocar em sua flauta uma outra
melodia. As crianças foram voltando aos poucos e logo estavam todas com seus
papais e mamães!
O
Conselho pagou o que devia ao flautista por livrar a cidade dos ratos e depois
daquele dia nunca mais nenhuma pessoa em Hamelin descumpriu uma promessa!
FIN